sábado, março 18, 2006

Um tico de literatura


Madrugada no campo

Com que doçura esta brisa penteia
A verde seda fina do arrozal -
Nem cílios, nem pluma, nem lume de lânguida
Lua, nem o suspiro de cristal.

Com que doçura a transparente aurora
Tece na fina seda do arrozal
Aéreos desenhos de orvalho! Nem lágrima,
Nem pérola, nem íris de cristal!...

Com que doçura as borboletas brancas
Prendem os fios verdes do arrozal!
Com seus leves laços! Nem dedos, nem pétalas,
Nem frio aroma de anis em cristal.

Com que doçura o pássaro imprevisto
De longe tomba no verde do arrozal!
- Caído do céu, flor azul, estrela última:
Súbito sussurro e eco de cristal.

Cecília Meireles

(Cecília é maravilhosa, sempre. Vejam a musicalidade e a delicadeza. A sensibilidade...a capacidade de achar a beleza em coisas tão simples e daí, transformar tudo em poesia)


Nordeste

"Ser tão sem

Sem ser tão

Tão sem ser"

Félix de Athayde

(Fantástico...ele faz uma brincadeira séria com a palavra ''sertão''. Como diz a famosa frase de Euclides da Cunha: "O sertanejo é, antes de tudo, um forte")

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa vc atualiza muito rapido isso hhehehe brincadeira , eu que sou lerdo mesmo e sem muita criatividade como vc né rss

Enfim Cecilia o que dizer , conheço coisas lindas dela e só coisas lindas rsss como poucos ela faz do simples o sublime das palavras .....

Sertão ou ser tão haha maravilhoso isso nunca tinha lido e achei perfeito , pena que é uma realidade cruel que ainda naum conseguimos mudar , e tão pouco fazemos pra isso ....

Val olha só cada vez vc esta melhor nos posts heim , to adorando ver vc assim animada , sinto que vc esta de certa forma feliz né rss espero estar certo

te adoro

Bjokas do fefê