
Não costumo cultivar heróis, ídolos. Existem aquelas pessoas que admiro, apenas. Caetano Veloso, como muitos já devem ter percebido, é uma delas. Não o coloco como deus, não vejo ele como homem da minha vida... nada disso. Eu primeiramente amei sua arte. Depois de alguns textos, entrevistas, frases e principalmente depois do show de ontem à noite, ao qual tive o imenso prazer de assistir, posso afirmar que agora eu o amo. Como ser humano, como artista.
O show foi dominado pelas canções do novo álbum, CÊ (o mesmo nome do show). Este foi um fator importante no andamento do espetáculo. Não sei se isso foi bom ou ruim. Visivelmente, poucas pessoas conheciam as músicas novas. Eu cantava igual uma louca, acho que até o Caetano percebeu.
O show começou com a primeira faixa do álbum. "Outro". O clima estava bom e as pessoas escutavam a música de Caetano com entusiasmo. As cadeiras estavam completamente lotadas, mas as arquibancadas não. Uma pena, mas talvez porque fosse uma quinta-feira. Mas sim, havia bastante gente ali. E eu estava na primeira fila das cadeiras (apesar de as fotos parecerem distantes)!
Todas as faixas, com excessão de "Um sonho" e "Porquê?" foram executadas. Perfeitamente executadas, por Caetano e uma banda de 3 caras super jovens (não passam de 30 anos), ideais para tocar a diversidade da música do baiano fantástico, desde frevo ao rock n"roll.
Outras músicas merecem destaque, como "London London" (essa foi a hora em que me levantei e junto com mais 3 ou 4 pessoas, encorajamos todo mundo a ficar de pé e sair daquele formato boêmio de assistir a um show sentadinho. Que coisa de velho! E boa parte do pessoal se levantou... logo quando ele começou a tocar "Rocks". Meu Deus, parecia show do Placebo. Todo mundo pulando, incluindo Caetano!).
"Sampa" provavelmente foi a música de mais sucesso do show. Caetano optou por músicas mais lado-B, um repertório menos conhecido. Mas foi maravilhoso. Ver o vigor juvenil, político e artístico de Caetano foi uma experiência inesquecível.
"Fora de Ordem" me surpreendeu, espantou-me, eu não esperava essa música de maneira alguma. Deu um teor engajado ao show, que junto com "O Herói" do novo álbum, mostrou um Caetano preocupado com causas sociais.
Os momentos "Ney Matogrosso" (Caetano solta-se completamente no palco!) foram incríveis. Caetano elogiou a cidade, disse que isso aqui é terra bonita... e eu concordo. Ele conversou com o público, deu atenção, foi simpático, humilde, engraçado, showman. Quem disse que Caetano é metido à estrela errou feio, ou mentiu feio. Ele é um grande ser humano, cuja boca se formou para cantar, a goela para arrasar, os pés para dançar, a mente para pensar, os dedos para tocar.
No final bis (mais um! mais um)... e lá vem Caetano de volta, com aquela camiseta hiper simples, tocou mais três músicas cheio de vontade, pulou, dançou e imitou asas de anjo. Porque as dele estão lá, mas são invisíveis.
2 comentários:
Oi Valéria fazendo o coments rápido aqui.É interessante mesmo como Caetano não perde o vigor em todos os sentidos.Pra mim ele foi junto com Chico Buarque(o Julinho da Adelaide) os caras na época da ditadura, enfrentaram forças absurdas de intolerância e prepotência e abuso de poder.Teve que ir pra Europa um tempo, mas o principal foi quando ele teve oportunidade de voltar, voltou com o mesmo amor a Terra que nasceu!!!Ele não desistiu daqui como muitos fazem e até desfazem dessa Terra abençõada por Deus e pela natureza!!!Bjos
eu nasci pra ser o superbacana! hehe... adoro o Caetano. bjos val!
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