Antes do texto quero comentar:
1- Este é o meu 110º post!
2- Esta é a versão completa do texto do meu perfil do orkut.
Sou má, desonesta, rude, ríspida, amarga, apática, indiferente. Tendo consciência de tantos defeitos e exagerando alguns outros, só assim posso realmente crescer. Mas há um detalhe: não quero perceber, não quero notar. O crescimento consciente é tão perigoso quanto a mediocridade. Há diferenças gritantes entre ser mais e ser mais evoluído. Não quero que ninguém seja meu espelho diante de minhas próprias análises... e, sendo confusa, talvez nenhum filósofo reflita sobre o que os outros também não pensem, apenas o fazem de forma mais crítica e organizada.
Faço o meu dever de forma racional e até fria, nem sempre o sentimento está presente na caridade. Não creio que se "pôr no lugar do outro" é a única maneira de sentir o próximo, basta lembrar que naquelas veias corre sangue e que naquele peito bate um coração. Não preciso imaginar cenas com o meu eu, sempre eu, por quê? Isso é tão egoísta e ninguém percebe. Os nossos olhos são tão limitados, enxerguemos mais profundamente!
Sou letal, tu és, somos. Somos envenenados diariamente e corremos múltiplos riscos em dimensões invisíveis, a dimensão do caráter, por exemplo. Só me protegendo posso ser tudo o que quero e só me colocando no meu devido lugar (o de um animal podre - como todo o resto), é que posso ser finalmente humana: faço nada mais que minha obrigação e qualquer ato maravilhoso nada mais é do que o que deveria ser banal, básico.
Um comentário:
é Val... eu às vezes me sinto mal em saber que tenho defeitos... alguns graves, outros nem tanto, mas que às vezes me mostram uma dura realidade: nem sempre eu hajo como uma boa pessoa. sei que pode parecer pieguisse da minha parte, já que sou humano, e só isso basta pra mostrar o quanto posso ser nocivo em relação à tudo e todos ao meu redor. hoje mesmo tive um exemplo disso: eu fui à uma consulta médica lá no renascença acompanhado da minha mãe. quando estávamos saindo do consultório, passava um humilde rapaz numa bicicleta com um velho fogão na garupa, e o fogão começou a cair. eu vi e percebi o fogão caindo, mas somente mamãe teve a iniciativa de correr pra ajudar o rapaz, e ficou me chamando. só aí eu me toquei e fui ajudá-lo. com isso, o fogão não caiu no chão, e o cara começou a nos agradecer, explicando o quanto foi difícil conseguir aquele fogão velho... com os agradecimentos, tive a sensação do dever cumprido, mas logo depois eu comecei a me sentir mal, pq se eu estivesse sozinho, eu não teria ajudado a evitar que o fogão se arrebentasse no chão, e dava pra ver que o rapaz da bicicleta era boa pessoa... moral da história: foi um momento de indiferença da minha parte, apesar de eu simplesmente detestar indiferença...
acho que foi bom eu ter lido esse texto hoje e refletir mais sobre isso, e me colocar ao meu devido lugar, "o de um animal podre, como todo o resto".
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