sexta-feira, setembro 15, 2006

Um poema

" Ser " - Carlos Drummond de Andrade

O filho que eu não fiz

hoje seria homem

Ele corre na brisa

sem carne sem nome.

Às vezes o encontro

num encontro de nuvem

Apóia em meu ombro

seu ombro nenhum.

Interrogo meu filho

objeto de ar:

em que gruta ou conchaquedas abstrato?

Lá onde eu jazia

responde-me o hálito:

não me percebeste

porém chamava-te

como ainda te chamo(além, além do amor)

onde nada, tudo aspira a criar-se.

o filho que eu não fiz

faz-se por si mesmo."

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