Não, não é a banda. Sou eu.
Esses dias têm sido muito estranhos. Meus amigos foram acometidos por coisas chatas, estão tristes... E entrando nessa atmosfera fico muito mais suscetível.
Mas decepções pesam. Pesam e doem. Já estou livre das decepções de um passado bem distante. Dessas já me livrei de forma segura e agora... indiferente. Felizmente não posso e nem deveria chorar pelos erros dos outros. Durante muito tempo eu senti saudades mas nesse momento e para sempre... Não sinto (nem sentirei) mais nada. Porque não foi um erro, foi uma bola de neve, foi uma hipocrisia gritante, sofrida: eu aposto. Não estou falando de mim. O peso na consciência de uma pessoa assim pode não existir? E se não existir, que tipo de pessoa é?
Eu amo as pessoas de verdade, dou tudo de mim... Inclusive, falo de amigos também. Tudo que recebo é uma indiferença extremamente suportável. Sim, eu suporto muito bem. Porque tenho vasta experiência com pessoas. Sinto-me com muito mais idade, como se eu já houvesse percorrido o mundo e conhecido todo o tipo de gente. E, se por um lado conheci a desgraça, por outro conheci a pura graça. Não espero pessoas perfeitas para mim ou para o mundo, nem procuro ver as coisas apenas pelo meu lado ou pela minha subjetividade. Se assim o fosse, eu odiaria todas as pessoas do mundo. Não posso ser idiota assim. Nada é tão padronizado.
Mas sei que existem pessoas maravilhosas e que primam pelo bem estar geral, não apenas indo pelo caminho fácil da comodidade de um ser egoísta. Tenho exemplos muito próximos de pessoas boas. E repito, uma pessoa boa não é necessariamente perfeita. Na verdade, não espero perfeição, só um pouco de amor, amizade, respeito, consideração, preocupação sincera. Isso existe. Não é tão comum, mas existe. Como eu estava dizendo, tenho exemplos nítidos, conheço pessoas incríveis. Não cheguei a essa conclusão porque tais me tratam bem ou não. Estou dando exemplo de gente com quem não tenho sequer intimidade. Tratam-me bem, mas se tratassem qualquer pessoa com hostilidade, desonestidade, violência ou máscaras, eu ficaria tão chateada quanto se fosse comigo. Não é justo ver as coisas só pelo meu lado.
O que quero dizer e o que confesso é: eu espero muito das pessoas porque sei que elas podem ser melhores. É tudo comodismo ou ilusão. Ou ainda e até principalmente, egoísmo demais. Essa é a causa primeira de todos os males da humanidade. E mais ainda: não espero que as pessoas sejam boas só comigo, mas com todos. Eu espero que o muçulmano trate bem o judeu e vice-versa. Não importa que seja do outro lado do mundo, eu não preciso saber, só queria que acontecesse naturalmente. Eu queria um mundo melhor na esfera humana (porque o resto da natureza é perfeita) não só enquanto eu vivo, não só por mim, mas por todos. Desde sempre, continuando depois que eu morrer, e se estendendo para o infinito.
Neste sentido, sou uma sonhadora. Mas não gosto deste termo, então prefiro dizer que sou uma agente da práxis (parto para a ação). Nem sempre fui assim, como já falei milhares de vezes por aqui. Já exaltei demais minha parte ruim em outras épocas. A maioria das pessoas tem o bem e o mal dentro de si (nem todas, pois algumas só tem OU um OU outro) e eu tinha um pouco dessas coisas ruins que agora estão na moda. Mas alguns indivíduos apareceram na minha vida e me fizeram mudar, para melhor. Tenho certeza de que para melhor. Continuo cheia de defeitos, mas muitos se evaporaram. Cheguei a um estágio de porquês imensurável. Não entendo tudo e muito menos tenho respostas para todos, mas questiono tudo e pergunto: por que? por que tal pessoa age assim? Pergunto isso a todo momento, e também me pergunto: Por que eu estou agindo assim?
Clarice Lispector tem uma passagem famosa em que diz que viver ultrapassa todo o pensar, que basta sentir, algo assim. Li esse fragmento da escritora em algum lugar. Eu discordo. Sentimentos enganam. São maliciosos. Entendam aqui sentimento como sensações próprias de um momento fugaz - e não sentimentos concretos e verdadeiros.
Às vezes a razão salva tudo. Hoje em dia eu dificilmente me impressiono com alguma coisa. Tudo para mim é explicável, e isso não faz da vida menos emocionante, pelo contrário.
Porém, hoje eu estou triste e chorei muito, muito. Desde ontem à noite sinto algo ruim, que não sentia há tempos. Claro que tem a ver com pessoas. Elas são o único mal. Quando poderiam ser o único bem.
Algo que me deixa triste é ver pessoas que eu acho que me conhecem falando coisas sobre mim sem o mínimo embasamento, falando por alto, ou julgando pelo momento. Por exemplo, estou de mau humor. Alguém chega e diz: A Valéria é uma pessoa tão mal-humorada...
Isso me irrita. Não é justo fazer essas noções sobre ninguém.
Pensei em dizer: saiam daqui, não falem comigo, estou em fase depressiva e não sei quando vai terminar. Não sei mesmo, mas algo me diz que nunca mais entrarei em depressão de novo, como há anos atrás aconteceu uma vez. Nem quero, por favor. Acho que é só aquela coisinha chata chamada tristeza.
Um comentário:
Eu ás vezes fico assim , questiono o pq de serem assim , ou não serem assim !
E Val sei que já te "julguei" sem saber o que dizia ,mas td foi explicado e sei que entendido , mas mesmo assim desculpa se fiz isso , aprendi com vc que não podemos ser assim e eu infelismente as vezes tenho esse tipo de ação não por maldade mas querendo ajudar e acabo fazendo o contrario... mas como vc mesma diz ninguém é perfeito e não queremos a perfeição e sim a sinceridade das pessoas
vc é alguém muito iluminada e acredito que saiba disso..
aprendo bastante coisa lendo seu blog , ou melhor lendo suas idéias e pensamentos
espero poder ler e quem sabe ouvir muito mas né
te adoroo
fique com DeuS Val
Bjokas do fefê
Postar um comentário