Dismetria: "dificuldade para "calcular" o movimento", em Neurologia. Em mim, dificuldade para medir meus próprios movimentos...
Não quero dormir nem descansar, apesar do sono magnético a fechar meus olhos. O cansaço relevante, porém gratificante de todas as segundas é o que me faz ficar em linha reta. Coluna persevera em uma postura crítica e dura, máscaras e maquiagem para não atiçar o sensível em mim... A beleza do novo, sempre tão incisiva e cruel, sempre enganando os inocentes que outrora pareciam-me espertos. Não há esperteza nesse fluido de frenéticas sensações. Há apenas a burrice corriqueira de achar em alguém o especial inexistente... uma ilusão amarga que sempre finda. A única coisa que ainda parece-me verdadeira é o afeto cuidadoso. Aquele que se constrói conscientemente e que, nem por isso, exclui a possibilidade do frio na barriga e da ansiedade para ali estar, mais e mais. A incerteza alimenta, a certeza dá colo.
Sou péssima atriz, educação para mim não muito funcionou, estou em estado infinito de impulsividade... Apesar de apreciar a calma das coisas e no meu pseudo-autismo criar um universo próprio sem ouvidos para o externo, sinto-me brochar a cada decepção, uma flor que desabrocha e logo após murcha, contaminada pelos anseios de dignidade e paixão intensa que parecem nunca se realizar. Mas nem por isso me transformarei em rosa de plástico.
Essa minha juventude eterna, explosão de hormônios não só corporais mas de espírito, coração fatigado, esse calor da pele e ânsia desmedida pelo teu sexo, essa pressa de viver... Quanta angústia, quanta falta de métrica, quanta loucura!
Valéria
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