
A Sophie do filme, representada por Julia Jentsch.

Li críticas sobre o filme (Uma Mulher Contra Hitler - Sophie Scholl, 2005) um tanto pessoais, que me deixaram bastante irritada. As pessoas costumam generalizar ações tomando por exemplo elas mesmas e quando algo é diferente do usual, normalmente é tachado de mentira, algo falso, hipócrita. Li um comentário ridículo em um blog dizendo que os personagens fizeram aquilo por si mesmos. Perder a própria vida por si mesmo? Em troco de quê? Mal poderiam eles imaginar a repercussão de seus atos, que viria tanto tempo depois. Nunca, jamais, falem baseados apenas em si mesmos. Aliás, essa é uma das leis de qualquer filosofia. Uma lei básica.
A verdade é que a maioria das pessoas se trai o tempo inteiro, trai as próprias convicções por fraqueza, e quando alguém segue a linha contrária parece algo tão inacreditável que dizem "não, essa pessoa não é humana, onde estão suas fraquezas?", como se ser humano fosse ser necessariamente fraco, confuso ao extremo, como se não deixar-se corromper fosse algo impossível. É só querer. Mas, em grande parte, o comodismo acaba falando mais alto.
Claro que é um filme fictício. Claro que tem algo de subjetivo, da visão do roteirista e do diretor. Porém, eles contaram uma história baseada em relatos históricos. E eu simplesmente caí de amores, estou de queixo no chão, extasiada, apaixonada pelos irmãos Scholl. Eu queria dizer algo a eles, não sei exatamente o quê. Sempre quero dizer algo às pessoas, sempre quero agradecer àqueles que vão além do corpinho próprio. E eram tão poéticos!
Atuação incrível de Julia Jentsch, uma atriz que já havia me chamado atenção anteriormente em The Edukators.
O filme é maravilhoso, apesar de muitíssimo lento. Filme para quem se importa com qualquer coisa que não seja o próprio mundo particular.