Pessoal, comecei a escrever algo ontem. Vou colocar um trecho aqui e quero saber o que acham. Não pretendo publicar por aqui não, só quero saber se está legal, certo?
Espero que percebam a crítica inserida nele e que entendam meu alvo (apesar de isso ser só o começo)
"Ano 2025. Aberdeen checa a caixa de entrada. Não acredita. Checa novamente e expele lágrimas de ódio. Um semi-grito ecoa pela sala cheia de livros antigos e com cheiro de ar-condicionado. Aberdeen coleciona tanto os clássicos quanto os mais contemporâneos. Muitas livrarias e gráficas estavam fechando e ela aproveitava os últimos exemplares mundiais antes da extinção completa desses amontoados de coisas escritas sobre qualquer assunto, em ordem aleatória ou não, mas organizadas em páginas numeradas e coladas a uma capa dura que as juntavam, formando então... um livro.
Uma nova era cultural nascia, a era E. E-mail, E-books, E-kisses, E-food, E-etc. Os livros entravam em extinção não por causa da falta de papel e muito menos por motivos ecologicamente corretos. Sobreviviam ainda algumas matas e reservas onde faziam reflorestamento contínuo, visando o lucro constante através de folhas brancas. O motivo da lenta morte era mesmo a falta de leitores. O comodismo havia tomado completamente os chamados seres humanos, que preferiam ler ao computador; sem ter que estender os braços, sem ter o árduo trabalho de virar folhas, sem ter que ir até uma livraria e, principalmente,
sem ter que gastar dinheiro.
Aberdeen havia escrito um E-book bastante trabalhoso, com mais de 300 páginas de Microsoft Word e agora um E-charlatão qualquer estava assumindo suas palavras. Tão profundas. Tão pessoais. Como alguém poderia ter escrito isso além de mim? Como posso perder subitamente meus direitos autorais?
Um golpe. Provavelmente de um hacker. Sem mais nem menos os originais sumiram de seus arquivos e foram publicados muito antes do planejado. Para completar, com a assinatura de outra pessoa. Uma tal de Mashee Clubey.
Aberdeen manda um pedido virtual para o Mc'Donalds mais próximo e dentro de cinco minutos ela está robotica e compulsivamente pondo batatas fritas em sua boca, num acesso de desespero mortal. Lanche tamanho GG, coca-cola como um vício, mastigar para evitar violências
maiores. Mastigar com força e raiva. De repente, ela percebe sua insanidade e vê algo de poético em tudo isso. E ao ver poesia no caos ela pensa: "Estou na fronteira entre a lucidez e a loucura."
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