Eu quero alguém com quem possa ver a lua. Com quem eu queira ver a lua. Alguém que talvez seja eu mesma. Minha companhia nunca me bastou tanto. Sinto-me plena, feliz. Morangos na geladeira, um bom livro, notas musicais que soam como pássaros cantando de manhã, como orvalho em relva fresca. Tudo isso me completa e, ao mesmo tempo, faz-me querer sempre mais. O coração bate forte e sente saudade, contemplo o céu, estudo o que a rotina exige, vou em busca de meus objetivos e no fim da tarde a minha viola me faz sentir gratidão. Sinto que meu espírito é cheio de significados e ambições generosas, fazendo com que eu me sinta suficientemente importante. E surpreendentemente crescida. (Valéria Sotão)